terça-feira, 28 de abril de 2009

- Oxidando.




Há dias que paro em frente ao computador, tentando escrever. Meus dedos fincados em cima do teclado, imóveis. Optei pelo velho e bom caderno. E com um lápis na mão a reação não fui muito diferente. Milhares de palavras rondam minha cabeça, mais nada sai. Tudo continua ali, confuso e intocável.
O que há de errado comigo? Por tantas vezes escrevi quaisquer que fosse o texto. Baboseiras à toa. Mais algo sempre saia. Letra após letra. Palavra após palavra. E o texto ia se formando, bonito de se admirar ou terrível de se jogar fora. Mais algo sempre saia.
Muitas pessoas diziam que meus textos eram bonitos. Que tinha uma incrível facilidade de escrever. Alguns diziam que era besteira minha desistir de cursar Jornalismo para estudar a Psicologia. Mais cadê minha facilidade? Meu ‘dom’?
Só hoje, por angustia consegui jogar meias palavras num pedacinho de papel, e descrever o que me acontece. Mais ainda sim não foi fácil! Quarenta minutos para escrever meia dúzia de linhas, apagando-as a todo instante. O que há comigo?
Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. E aqui paro mais uma vez com meus questionamentos rondando minha mente sem respostas; Acredito em uma pequena possibilidade: A emoção. Somente quando fiquei triste e angustiada consegui escrever alguma coisa.
Não querendo dizer que eu tenha que ficar triste para voltar a escrever. Mas acho que estava sem emoção nenhuma. Tristeza ou alegria. Nenhuma delas pairava sobre mim. Estava neutra. E agora, algo esta voltando. A comoção, o sentimento, a sensibilidade. Apenas desenferrujando.


- Por Bianca José Pacini.